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Foto do escritorPaula Puga

Mulheres e Cerveja: cadê a representatividade?

Arte egípcia mostrando mulheres servindo cerveja

Arte egípcia mostrando mulheres servindo cerveja

A história já diz: a primeira cerveja foi feita por mulheres na Suméria, na antiga Mesopotâmia e durante um bom tempo a cerveja era feita exclusivamente por mulheres. Você não leu errado! Segundo a pesquisa da historiadora e sommeliere inglesa Jane Peyton, a cerveja era atrelada às mulheres, a sua feitura era considerada uma tarefa doméstica e a administração do monopólio das tavernas também eram delas. Ainda tem um detalhe: a cerveja era considerada um presente de uma deusa!

Representação em vitral moderno de Ninkasi, deusa suméria da cerveja.

Existe uma história muito longa e que mostra o quanto as mulheres foram fundamentais para a criação e o crescimento da cerveja em diversas partes do mundo. Saber toda essa história, contraria a imagem de que beber ou fazer cerveja é “masculino”.

Durante a Revolução Industrial, a fabricação da cerveja passou a ser em larga escala, as mulheres perderam espaço (em vários níveis!)

Mas, chegando em tempos ainda mais atuais, vocês já perceberam o quanto as propagandas de cervejarias eram machistas? De onde tiraram que as mulheres são apenas um objeto usado como apelo sexual para consumir cerveja?

A Budweiser foi uma das marcas que assumiu o passado machista e reformulou sua propaganda.

A Skol realizou comercial propagando a cultura do estupro! Sim, isso mesmo. A tal campanha que dizia “Esqueci o não em casa” e foi massacrada nas redes sociais. O que acho curioso é como o respeito não foi pautado durante a construção da campanha.No ano seguinte, a marca chamou diversas ilustradoras para recriar os antigos postêres com mulheres seminuas com uma garrafa de cerveja na mão.

Segundo a Cervesia Tecnologia Cervejeira, o consumo de cerveja está crescendo cada vez mais entre as mulheres, o que mostra que o mercado precisa entender mais sobre o público. Olhando por este prisma, por que a grande parte das marcas ainda não percebe as mulheres como um potencial consumidor ao invés de um mero objeto decorativo do cartaz? Ou simplesmente percebe e acha que uma cerveja “mais fraca” e com o rótulo rosa vai ser capaz de agradar? Sinceramente...não!

Digo: vamos olhar para o trabalho das mestres cervejeiras que temos no circuito, o trabalho das sommelieres, nos unir em confrarias. Este é uma excelente forma de fortalecer e encontrar a real representatividade.

Pegue a sua cerveja e vamos juntas!

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